A atriz considera a Kalesi, o papel mais importante de sua carreira
Aos 13 anos, Juliana Silveira deu os primeiros passos em sua carreira. Primeiro, como assistente de palco da apresentadora Angélica, em vários programas. Em 1998, ela debutou como atriz na novela Pecado Capital, na Rede Globo, na pele da prostituta Dagmar. Mas foi como Júlia, a protagonista da nona temporada de Malhação (2002), que o talento da paulista ganhou reconhecimento nacional. Sucesso esse que atingiu seu ápice depois de estrelar Floribella (2005/2006), na Band. “Aprendi muito com a vida, a ter humildade, principalmente. Gosto de ver Floribella e o que trago daquela menina de 21 anos é a coragem. Isso nunca me faltou”, conta a atriz, hoje, com 36 anos.
Vida de realeza
As gravações de A Terra Prometida estão a todo vapor e Juliana conta que os finais de semana também são dedicados à nova novela da Record. E Kalesi, denominada a Rainha da Luz e das Sombras, conquistou a atriz. “É uma experiência intensa e apaixonante. Quando recebi o convite, sabia que tinha uma grande personagem nas mãos. Fui arrebatada por Kalesi. É como se tornar mãe, uma explosão de amor”, declara a mãe de Bento, de 6 anos, que já virou fã da mãe na trama: “Ele brinca com os bonecos dele e tem sempre a Rainha das Serpentes, que é do mal. E ele chama Josué de super-herói”.
Para dar vida à Rainha de Jericó, Juliana mudou o visual – agora está ruiva – e ostenta uma caracterização digna de quem tem poder. “Ela nasceu para ser rainha e gosta de mandar”, afirma. As cores preta e dourada dominam o visual da soberana. O tom dos cabelos também dá força e sensualidade à personagem, que não é submissa como as mulheres da época.
Cumplicidade total
Quem divide o trono de Jericó com Kalesi é o Rei Marek, interpretado por Igor Rickli, que se tornou muito próximo de sua parceira de cena. Com a ajuda de uma preparadora, os atores construíram a relação sólida dos líderes dos cananeus. “Igor é inteligente, rápido, companheiro, aberto… Sem contar que tem uma voz potente. Parece um leão em cena”, elogia Juliana. Tal cumplicidade se reflete na história: apesar de se apaixonar por outro homem, Kalesi não abandonará seu rei em meio à guerra contra os hebreus. Mesmo quando perceber que eles estão perdendo.
Além disso, Kalesi e Marek têm uma relação moderna para o seu tempo. “Eles são abertos com a questão sexual. Vemos muito disso hoje, como o poliamor. Penso em como será a geração do meu filho. Mas estou feliz com o meu relacionamento monogâmico”, afirma a santista, que é casada com o designer João Vergara, desde 2010. As comparações com a série Game of Thrones (que tem uma rainha chamada Khalessi) não incomodam Juliana, que é fã do programa. Mas, enquanto a “colega” vive às voltas com seus dragões, Kalesi reina entre as serpentes, que estão sempre enroladas em seu pescoço. “Esse foi o meu maior desafio. Tenho a ajuda da treinadora e dona da cobra, além da coreógrafa, para poder dançar com ela. Achei que não ia conseguir. Mas, na hora, vi que estava preparada para isso”, revela a atriz, que considera Kalesi diferente de tudo o que já fez. “Kalesi é o meu maior papel. A maturidade deixa a gente mais interessante e desperta a vontade das pessoas de te ver em personagens ousados e desafiadores. Sou assim. Quando aceito fazer algo, vou até o fim. Não desisto!”