O ator destaca que Velho Chico não narra apenas a saga de paixão e dor de Santo e Tereza (Camila Pitanga): “É um épico, com componentes da realidade e apresentado de forma lúdica”
É como chover no molhado perguntar a Domingos Montagner qual é a sua relação com o atual trabalho na TV: um sertanejo-nordestino arretado que só ele. É de total paixão! Seja pelo papel, pela autoria e pela direção. A trama de Santo tem todos os conflitos clássicos do folhetim e boas pitadas de Romeu e Julieta, uma vez que as famílias de seu personagem e a de seu grande amor, Tereza (Camila Pitanga), se odeiam. “Mas o Santo é extremamente solar, positivo”, diz o paulistano, de 54 anos.
Como positivo também, segundo Domingos, foi o convite para atuar na novela de Benedito Ruy Barbosa (escrita pela filha, Edmara Barbosa, e o neto, Bruno Luperi) e ser dirigido pela primeira vez por Luiz Fernando Carvalho. “Estou reconhecendo muito o meu trabalho em teatro no Santo. O Luiz Fernando tem essa abordagem mais teatral. Gosta de superar o realismo”, explica o ator, cuja formação foi no circo, em 1980.
Quando leu a sinopse o que mais chamou a sua atenção?
O embate clássico das famílias rivais. A abordagem especificamente relacionada ao rio São Francisco, que é o que permeia essa história, essa mudança significativa na vida das pessoas com a transformação e a deterioração do rio. Isso é uma coisa muito legal, porque estamos contando uma grande história de amor, épica e com elementos reconhecíveis. Mas que existe um eixo bastante importante e identificável para o telespectador. Isso talvez seja a coisa mais fascinante.
O embate clássico das famílias rivais. A abordagem especificamente relacionada ao rio São Francisco, que é o que permeia essa história, essa mudança significativa na vida das pessoas com a transformação e a deterioração do rio. Isso é uma coisa muito legal, porque estamos contando uma grande história de amor, épica e com elementos reconhecíveis. Mas que existe um eixo bastante importante e identificável para o telespectador. Isso talvez seja a coisa mais fascinante.
Você ia fazer a novela A Lei do Amor, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, rodar um filme e, de repente, surgiu Velho Chico. Mexeu muito na sua vida?
Na verdade não mudou nada. A Lei do Amor ia começar a ser gravada na mesma época de Velho Chico. Então já havia equacionado meus compromissos com a novela. Quando ela foi adiada, logo fui convidado para Velho Chico. Houve uma mudança muito grande de conteúdo. A Lei do Amor é uma trama extremamente urbana, fui de um personagem quase vilão, para outro completamente diferente. É um Santo (risos).
Na verdade não mudou nada. A Lei do Amor ia começar a ser gravada na mesma época de Velho Chico. Então já havia equacionado meus compromissos com a novela. Quando ela foi adiada, logo fui convidado para Velho Chico. Houve uma mudança muito grande de conteúdo. A Lei do Amor é uma trama extremamente urbana, fui de um personagem quase vilão, para outro completamente diferente. É um Santo (risos).
Velho Chico resgata o romantismo nas tramas do horário nobre?
É uma trama clássica. Todo mundo conhece o trabalho genial do Benedito, que é uma escrita que envolve muito uma ancestralidade, arquétipos reconhecíveis, que ele manipula com muita propriedade. É importante que a gente tenha a sensibilidade de ver que o público está ávido por novidades. O grande trabalho do artista é apresentar ao espectador uma coisa que ele gosta e não sabia. Esse é o grande mistério da nossa profissão. A gente ficar correndo atrás apenas do que a audiência gosta é uma armadilha grande. Cai numa mesmice.
Será que o espectador não está cansado de tanta violência?
O problema não é só o excesso de violência. O importante é ter uma grande história pra contar. Pode ter violência, ser supercontemporânea, mas se apresentar ao público algo que ele não imaginava, ele vai se agarrar na trama. Nosso grande trabalho é esse: descobrir o que o telespectador está querendo naquele momento.
O problema não é só o excesso de violência. O importante é ter uma grande história pra contar. Pode ter violência, ser supercontemporânea, mas se apresentar ao público algo que ele não imaginava, ele vai se agarrar na trama. Nosso grande trabalho é esse: descobrir o que o telespectador está querendo naquele momento.
Você é mais urbano ou rural?
Sou paulistano, amo a atmosfera urbana. Há muitos anos moro fora do lado frenético de Sampa. Gosto do ritmo do campo, da relação com coisas mais telúricas. Então, estar nessa novela é um prazer.
Sou paulistano, amo a atmosfera urbana. Há muitos anos moro fora do lado frenético de Sampa. Gosto do ritmo do campo, da relação com coisas mais telúricas. Então, estar nessa novela é um prazer.
